16/06/2014

19º Ciclo de conferências "ARQUEOLOGIA E ANTROPOLOGIA...Territórios de Fronteira"



"A TERRA SIGILLATA DE UMA VILLA ALGARVIA: O CASO DO VALE DA ARRANCADA (PORTIMÃO)"
Catarina Viegas (UNIARQ/FL-UL)


O sítio do Vale da Arrancada (Portimão) corresponde a uma villa cuja primeira referência se deve a Leite de Vasconcellos, ainda em 1918. Voltamos a ter notícia deste sítio já na década de 80 do mesmo século, quando a autarquia de Portimão promoveu obras de construção de um bairro social. Nessa ocasião foram colocadas a descoberto diversas estruturas, uma cisterna e um mosaico. Os materiais que agora se apresentam resultam das escavações de emergência que tiveram lugar no local, primeiro sob a direcção de O. Caeiro e, posteriormente, por R. Parreira, particularmente os que são originários da cisterna romana. Este espólio encontra-se depositado no Museu de Portimão, tendo sido já apresentados recentemente os resultados do estudo das ânforas lusitanas (C. Fabião, C. Viegas e V. Freitas), estando previsto o estudo do restante conjunto anfórico e da cerâmica comum.

Nesta conferência iremos apresentar o contributo do estudo da terra sigillata para o conhecimento da evolução do consumo neste sítio do território algarvio. As produções alto imperiais encontram-se escassamente representadas (terra sigillata sudgálica e hispânica), sendo o conjunto dominado por fabricos que se integram na antiguidade tardia (sigillata clara D, DSP e foceense tardia). Além de analisar a distribuição cronológica da terra sigillata, será dado particular destaque à comparação com os restantes sítios algarvios, tendo em vista a sua integração nos circuitos de comercialização que terão existido no sul da Lusitânia e na vizinha Bética.



ENTRE TÚMULOS E COVACHOS, AS PRÁTICAS FUNERÁRIAS DURANTE A IDADE DO FERRO NAS NECRÓPOLES DA ATAFONA E DA ABÓBADA (ALMODÔVAR)
Samuel Melro (Projeto Estela; DRALEN)
Padro Barros (Projecto Estela;DGPC)
David Gonçalves (Projecto Estela;CIAS;LARC/CIBIO/InBIO)

No decorrer da sua investigação, focada na sistematização da informação sobre a escrita do Sudoeste, o Projecto Estela tem contribuído de forma relevante para um melhor conhecimento das populações da Idade do Ferro do sudoeste peninsular. Exemplo disso é o retrato, ainda em construção, das suas práticas funerárias. A presente comunicação tem como objectivos apresentar os resultados obtidos da escavação e análise dos achados descobertos nas necrópoles da Abóbada e da Atafona, assim como discutir as suas implicações para o nosso conceito da diversidade das práticas funerárias destas populações.-

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