21/09/2017

Jornadas Europeias do Património



Tem lugar mais uma edição das Jornadas Europeias do Património, este ano subordinadas ao tema "Património e Natureza", pretendendo-se chamar a atenção para a importância da relação entre as pessoas, as comunidades, os lugares e a sua História, mostrando como o património e a natureza se cruzam nas suas diferentes expressões - mais urbanas ou mais rurais - e para a necessidade de preservar e valorizar esta relação, fundamental para a qualidade da vida, para a qualificação do território e para o reforço de identidades.

22 Setembro
15h00 – Visita guiada “O Nilo e o Antigo Egito – Património e Natureza” 
O Nilo com 1200 km de extensão unia as diferentes regiões do Egito e era a principal via de comunicação da terra dos faraós. Antes da barragem do Assuão ter sido construída, no início do século XX, o Nilo transbordava todos os anos em Julho, exatamente quando a água era mais necessária. Nesta visita convidamos à descoberta da relação entre o Nilo e os homens das duas terras. 
   
23 Setembro
10h00 e 15h00 – Visita guiada “Loulé, Territórios, Memórias e Identidades – Património e Natureza” 
A exposição Loulé, Territórios Memórias e Identidades é o “cenário” para a descoberta da história atualizada da ocupação humana do território de Loulé, desde a Pré-História à Baixa Idade Média.

12h00-13h00 – Ateliê de cinzelagem “Artes de Fogo: A Insígnia de Loulé – Património e Natureza” 
A cinzelagem é uma arte milenar.
 A partir da idade do bronze, muitas foram as civilizações que a usaram para decorar jóias e outros objetos de aparato. Hoje convidamos-te a seres cinzelador e a experimentares esta técnica ancestral na decoração da insígnia de Loulé. Anda! A maceta e o cinzel são teus.

24 Setembro
15h00 – A expressão da Natureza nos objetos em exposição no Museu Nacional de Arqueologia – Património e Natureza
Pretende-se, através de uma visita temática às exposições «Loulé, Territórios, Memórias e Identidades»; «A Lusitânia dos Flávios» e «Religiões  da Lusitânia» ver de que forma a Natureza se espelhou nos objetos produzidos pelos Homens, nas diversas épocas.

Contatos para informações e inscrições:
tef. 21 362 00 00
Museu Nacional de Arqueologia
Praça do Império – Mosteiro dos Jerónimos – Praça do Império
1400-206 Lisboa

Actas da Vereação de Loulé

As Actas de Vereação de Loulé, do ano de 1384, são as mais antigas conhecidas no nosso país.

É no Arquivo Municipal de Loulé, fundado em 1984, que são guardadas e conservadas. Foram cedidas temporariamente ao Museu Nacional de Arqueologia para integrarem o acervo que se mostra na exposição temporária "LOULÉ. Territórios, Memórias, Identidades". Para tal foi realizada uma importante intervenção de conservação no documento.



O que nos dizem estas actas?

Dizem-nos, por exemplo, que os "Homens Bons" do concelho de Loulé, na crise dinástica de 1383-85, apoiavam a causa do Mestre de Avis, D. João I e o exército do Condestável, D. Nuno Álvares Pereira. E prometem apoiá-los nas campanhas militares que virão, enviando víveres: figos, coiros, feno, mel, cera, os produtos mais presentes na economia e dieta local. Mas enviarão também “outros haveres emprestados” pelo concelho de Loulé ao Mestre de Avis.

Não discutimos se era muito ou pouco o apoio dado e o impacto no cofres municipais. A decisão dos Homens Bons de Loulé de apoiar o futuro D. João I, coloca o concelho do "lado certo" da História de Portugal. E isso é relevante.

O que é que este bem cultural tem que ver com a época em vivemos?

Esta acta assenta as decisões da Vereação de Loulé de 12 de Dezembro de 1384.

Hoje vivemos em democracia, os executivos municipais são eleitos e organizam-se de forma muito diferente de então. Todavia, as Actas de Vereação, independentemente do suporte em que são redigidas, ou o tipo de regime que vigorou no país existiram e terão sempre que existir, não só por razões legais mas porque guardam o pulsar dos Municípios através do registo das decisões sobre os assuntos relevantes que os executivos municipais de eleitos - as vereações - entendem agendar para discutir e votar na reunião da Câmara.

São assim indispensáveis para a gestão do quotidiano e para um dia se fazer a História.

No Domingo, dia 1 de Outubro, não se esqueça de votar. E depois visite o Museu Nacional de Arqueologia para admirar ao vivo este verdadeiro "Tesouro Nacional" e já agora toda a exposição.