28/10/2016

Lembrando os nossos Mortos!



Em Roma, desde época arcaica, o culto dos mortos tinha um importante papel na religião doméstica. 
Havia a obrigação familiar de enterrar os defuntos e de lhes prestar culto não como indivíduos, mas como um grupo generalizado, sob o título de Dii Manes ou diui parentes (literalmente, “os Deuses Manes” ou “os ancestrais divinizados”). 
Os rituais funerários tinham como finalidade apaziguar a alma do defunto, exprimir a tristeza da família, publicitar a perda e o luto, e restaurar o equilíbrio instalado pela morte. 

Em casa, no lararium, eram honrados os antepassados mortos ou Manes.

Ao longo do ano, havia também ocasiões em que a família e os amigos comemoravam os mortos com festins sobre as sepulturas, a exemplo dos dias de aniversários dos mortos (dies natalis). 

Existiam também as festividades anuais dos mortos como as Parentalia , em Fevereiro, defendendo-se mesmo que a etimologia do mês de Fevereiro deriva do verbo latino februare, que significa expiar ou purificar, e as Lemuria, em Maio.
Era comum que os Romanos abastados deixassem por testamento importâncias avultadas, cujo juro (reditus, usura) permitia cobrir os gastos com as refeições cerimoniais (epulae) que deveriam ser compartilhadas entre os vivos e os mortos, incenso (tus), frutas (poma), flores de todos os tipos, particularmente violetas (violae) e rosas (rosae, escae rosalis).
Para homenagear o dia dos mortos, o Museu Nacional de Arqueologia lembra a existência desta urna cinerária decorada com aves e festões, aliás temas recorrentes na iconografia funerária, com uma inscrição: 
DIIS MANIBVS / P (ublio) . CLODIO IVVENI VIX (it) / ANNIS LXX (septuaginta) FECIT / P (ublius) . CLODIVS FORTVNATVS / PATRONO SVO BENEMERENTI

Recolha: Filomena Barata.

Bibliografia elementar: Festa das Lemuria: os mortos e a religiosidade na Roma Antiga REGINA MARIA DA CUNHA BUSTAMAN Disponível em: http://www.snh2011.anpuh.org/…/1312828923_ARQUIVO_ANPUH_201…


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