Decorreu no passado
dia 10 de abril, no Alandroal e Vila Viçosa, a convite da Fundação Casa de
Bragança, e envolvendo a Câmara Municipal do Alandroal e o Agrupamento de
Escolas de Vila Viçosa, um interessante programa de atividades educativas no
domínio da Arqueologia gizadas pelo MNA.
O dia começou bem
cedo com uma visita dos alunos do agrupamento de escolas de Vila Viçosa ao
sítio arqueológico de São Miguel da Mota onde se localizava o santuário do
Endovélico. Nesta sessão foi conduzida por Mário Antas do MNA que explicou a
dinâmica das atividades dos Clubes de Arqueologia. As arqueólogas Mónica Rolo,
pela FCB, e Conceição Roque, pela CMA, fizeram a contextualização do sítio
arqueológico e explicaram a sua importância na arqueologia portuguesa.
Já na parte da
tarde, foi assinado o acordo de adesão do Agrupamento de Escolas de Vila Viçosa
à Rede de Clubes de Arqueologia do MNA. Este ato público, que decorreu na sede
de agrupamento contou com a presença do Professor Doutor Marcelo Rebelo de
Sousa, na sua condição de Presidente do Conselho Administrativo da Fundação da
Casa de Bragança. O acordo foi assinado por Rui de Sá, diretor do Agrupamento
de Escolas de Vila Viçosa e por António Carvalho, Director do Museu Nacional de
Arqueologia em representação do Museu e da Direção-Geral do Património
Cultural. Na sua intervenção apresentou à assistência a relação entre o Museu,
José Leite de Vasconcelos e Vila Viçosa e o Alandroal. O coordenador da rede,
Mário Antas fez uma apresentação aos alunos e professores do agrupamento sobre
a Rede Nacional de Clubes de Arqueologia. Por iniciativa da Fundação, 150
alunos deste Agrupamento deslocar-se-ão ao Museu Nacional de arqueologia dia 4
de Junho próximo para a realização de uma visita de estudo.
De seguida, no
Castelo de Vila Viçosa, foi inaugurada a exposição temporária: “José Leite de
Vasconcelos: Vida e Obra” que ficará patente ao público até 1 de novembro de
2015. Esta exposição nasce da colaboração entre o Museu Nacional de Arqueologia
e a Fundação Casa de Bragança no domínio da Arqueologia, duas instituições com
grande longevidade e de referência no panorama cultural português.
Esta exposição documental e epigráfica concentra-se
essencialmente na vida e obra do erudito José Leite de Vasconcelos, mas
pretende igualmente chamar a atenção para o momento em que a Casa Real
Portuguesa e Leite de Vasconcelos se cruzaram, em 1890, em Vila Viçosa, tendo
as inscrições do santuário paleo-hispânico do Endovélico como objeto de
interesse. Um momento em que o chefe de Estado da Monarquia Constitucional e o
futuro fundador (1893), do então Museu Etnográfico Português, se juntaram a
pretexto de algo que efetivamente os ligava: a salvaguarda, valorização e
estudo do património cultural português. Tomaram da palavra Maria de Jesus
Monge, Directora do Museu-Biblioteca Casa de Bragança que acolheu esta
exposição e uma das comissárias científica Lívia Cristina Coito do MNA. Mónica
Rolo, a outra comissária conduziu a visita.
O dia de intensa atividade terminou com uma conferência
realizada pelo Prof. Doutor Amílcar Guerra, da Faculdade de Letras da
Universidade de Lisboa num local de grande simbolismo e aberto propositadamente
para a palestra, a Igreja dos Agostinhos, Panteão dos Duques de Bragança,
espaço que acolheu no século XVI por decisão de D. Teodósio de Bragança (5º
Duque de Bragança, 1510-1563) cindo epígrafes provenientes do Santuário do
Endovélico e que em 1890, por decisão do D. Carlos, integraram aa coleções arqueológicas
fundacionais do MNA. Subordinada ao tema: “O Santuário de Endovélico” em São
Miguel da Mota (Alandroal)” que permitiu a todos presentes um maior
conhecimento sobre o local, a história das investigações arqueológicas ali
realizadas e desta importante divindade paleo-hispânica.
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