No dia 22 de abril, data em que o Museu Nacional de Arqueologia
celebrou a sua abertura ao público, em 1906, do então Museu Etnológico
Português, na ala oitocentista do Mosteiro dos
Jerónimos, sob proposta do Doutor José Leite de Vasconcelos, foi inaugurada, na galeria de exposições bidimensionais, a
mostra "Máscara Ibérica", incluída no projeto homónimo, cujo
objetivo é o inventário, estudo e valorização das festas dos rituais da máscara
em toda a Península Ibérica.
Iniciado
em 2006, este projeto, da responsabilidade da Progestur-Turismo Cultural, para
além da publicação de uma obra em vários volumes, - este ano será editado o 3º
volume -, tem organizado uma média de duas exposições por ano, acompanhadas de
ciclos de debates e organizou a realização de um congresso internacional em
Lisboa, promovendo o intercâmbio cultural entre os grupos e apoiando na
recuperação de festas e de muitas outras atividades, que culminam com o
Festival Internacional da Máscara Ibérica que em 2015 realiza a sua 10ª edição,
em Lisboa, entre 7 e 10 de Maio. Este ano o Museu nacional de Arqueologia
receberá 10 de maio alguns dos grupos presentes.
A exposição presente no MNA, integrada nesse vasto programa de 2015, é composta
por uma selecção de 25 imagens que destacam o "Homem por trás da
Máscara" e expõe ainda algumas máscaras originais portuguesas.
No âmbito desta exposição, a Progestur e o MNA, promoveram um debate de introdução
ao tema com a presença de alguns dos mais considerados especialistas em
Portugal sobre esta temática, tais como os Antropólogos Joaquim Pais de Brito e
Paulo Costa, o fotógrafo Hélder Ferreira e o Arqueólogo Luís Raposo, debate
esse moderado pelo jornalista Manuel Vilas Boas. Para além dos conferencistas
estiveram presentes na inauguração e conferência, o Presidente da Câmara de
Miranda do Douro, Artur Nunes e uma assistência interessada nesta temática.
Antes do início destas atividades tomou a palavra o Director do Museu, António
Carvalho, que para além das boas vindas aos presentes, contextualizou este
evento no âmbito da celebração do Dia do museu Nacional de Arqueologia,
instituído em 2013.
No debate foi referido que este ritual iniciático dos jovens das aldeias teve nos
anos 60 e seguintes algumas quebras devido à emigração e guerra colonial, mas
presentemente está de novo a ressurgir sendo também estimulado pelo
turismo.
"Máscara Ibérica" é o nome do projecto, do livro e da exposição que envolve a
divulgação das máscaras regionais dos dois países. Um consórcio de instituições
preparam a candidatura das máscaras Ibéricas preparam ao estatuto de Património
Imaterial da Humanidade, é pois um tema transversal e portanto universal e com
uma simbologia única pelo que o debate permitiu a todos uma aprendizagem sobre
este assunto tão apaixonante e de grande riqueza.
Segundo Hélder Ferreira "muitas máscaras estão ligadas a cultos "Celtas", ao
solstício de inverno... e mesmo as do "Entrudo" estão ligadas a cultos deste tipo".
Exposição pois a não perder no Museu Nacional de Arqueologia.
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