23/07/2014

1º Encontro Nacional de Contos Indígenas em Vila Velha de Ródão




Realizou-se em Vila Velha de Ródão, de 11 a 13 de Julho, o 1º Encontro Nacional de Contos Indígenas, subordinado ao tema “Contos Primevos dos Rios Sagrados”. Tratou-se de uma iniciativa conjunta do Museu Nacional de Arqueologia (MNA) e da Câmara Municipal de Vila Velha de Ródão (CMVVR), contando com o apoio da Direcção-Geral do Livro, dos Arquivos e das Bibliotecas, do Centro Português de Geo-História e Pré-História e da Associação de Estudos do Alto Tejo. 

A Rede de Clubes de Arqueologia do MNA participou ativamente através da recolha ou criação de contos, que foram apresentados em Ródão por contadores de histórias profissionais e alunos de diversas escolas do país.

A recolha pela Direcção-Geral do Livro, dos Arquivos e das Bibliotecas (DGLAB) de contos tradicionais portugueses que versaram o tema da água, foram selecionados para apresentação por parte de contadores especialmente convidados para o efeito


Os alunos dos Clubes de Arqueologia foram recebidos na estação da CP de Ródão por representantes da autarquia e por Luís Raposo, coordenador do programa que fez uma breve apresentação sobre o programa.


As atividades de dia 11 de julho começaram na Casa de Artes e Cultura do Tejo (CACTejo), pelas 21 horas, contando com a apresentação da rede de Clubes de Arqueologia por Mário Antas (MNA), e a intervenção de  Miguel Feio, apresentando as práticas educativas do Clube de Arqueologia do Externato Frei Luís de Sousa (EFLS).

 De seguida, no auditório do CACTejo, assistiu-se a uma peça de teatro protagonizada pelos alunos do EFLS, cujo o tema central era a água e a defesa do ambiente. A noite terminou com uma sessão de cinema, em que os presentes foram convidados a testemunhar um “documento histórico” da década de 70 do século passado, cujo o tema central foi a intervenção dos arqueólogos no estudo das gravuras rupestres que posteriormente foram submersas pela construção da barragem do Fratel.

Dia 12 de julho, os alunos da Rede de Clubes de Arqueologia tiveram oportunidade de aprender a contar histórias com os contadores de histórias convidados para o efeito pela DGLAB.

Nessa mesma com noite de lua cheia, teve lugar ao ar livre, junto ao Rio Tejo, uma sessão nocturna de conto de histórias. Todos os participantes, assim como a população em geral, foram convidados a deambular entre o cais do Porto do Tejo e a Capela da Senhora da Alagada, passando pelo sítio paleolítico da Foz do Enxarrique, com paragens mágicas lá onde o apelo da terra fez brotar a imaginação. 

No dia 13 de manhã os alunos do Clube de Arqueologia desfrutaram de um magnífico passeio de barco às “Portas de Ródão”, conhecendo uma indescritível beleza natural interpretada pela sua fauna e flora. O grupo conheceu, igualmente o Castelo do Rei visigodo Wamba, numa escarpa sobranceira ao rio Tejo, sobre as Portas de Ródão onde muitos casais de grifos nos fizeram “guarda de honra”. . No alto dos seus muros, miradouro de visita obrigatória, os alunos do Clube de Arqueologia poderam contemplar a excepcional panorâmica e as inúmeras histórias que enquadram o local, ditas por  Jorge Gouveia, da câmara Municipal de Vila Velha de Ródão.. A visita terminou no Centro de Interpretação de Arte Rupestre do Vale do Tejo (CIART), instalações do centro Municipal de Cultura e Desenvolvimento de Vila Velha de Ródão. Os alunos poderam visitar as exposições permanentes de Arqueologia do Ródão e a exposição de Arte Rupestre do Vale do Tejo.


Ainda no dia 13 de manhã foi descerrada a placa toponímica que atribuiu o nome de “Geração do Tejo” ao largo do cais de embarque no rio. Neste ato solene usou da palavra o presidente da Câmara Municipal de Vila Velha de Ródão.. Luís Raposo, Mário Varela Gomes, Francisco Sande Lemos e Francisco Henriques pela Geração do Tejo. No fim foram apresentadas as linhas mestras  um protocolo que reúne o MNA (representado no ato pelo seu diretor, António Carvalho) , a CMVVR (representado no ato pelo seu presidente , Luís Ferro Pereira), pelo CPGP (representado no ato pelo seu vice-presidente , Fernando Coimbra), e a FLUL / UNIARQ na criação de uma “Escola Internacional de Arqueologia” no sítio da Foz do Enxarrique.


14/07/2014

Inauguração da exposição “Augusto y Emerita”, no Museo Nacional de Arte Romano (Mérida)

Teve lugar no passado dia 4 de julho, em Mérida, a inauguração da exposição “Augusto y Emerita”, que ficará patente ao público no Museo Nacional de Arte Romano (MNAR) até 6 de janeiro de 2015. Constituída por mais de 70 peças, esta mostra conta com a presença de espólio pertencentes a diferentes museus ibéricos, entre os quais um conjunto cedido pelo Museu Nacional de Arqueologia.

No ato inaugural estiveram presentes diferentes autoridades governativas e culturais, entre os quais o Presidente do Gobierno de Extremadura, José Antonio Monago, a Conselheira de Educação e Cultura, Trinidad Nogales Basarrate, a Directora Geral do Património Cultural da Extremadura, Maria Pilar Merino, o Subdiretor Geral dos Museus Estatais do Ministério da Educação, Enrique Varela, o Alcaide de Mérida, Pedro Acedo Penco, o Diretor do MNAR, José María Álvarez Martínez e o Diretor do Festival Internacional de Teatro Romano de Mérida, Jesús Cimarro, entidade que patrocina a exposição.
 


Nas diversas intervenções foi focada a importância da cultura como atração turística, sobretudo numa cidade com um dos principais e mais extensos conjuntos arqueológicos de Espanha, testemunho vivo da vontade empreendedora do Imperador Augusto, e legado da civilização romana na Península Ibérica. Nas intervenções iniciais a ligação entre Augusto e a família Imperial e esta cidade romana foi muito destacada.
 Seguiu-se uma visita guiada à exposição. Na passagem pelo núcleo dedicado à presença romana no território hoje português e junto da vitrina onde se apresenta o conjunto artefactual do depósito funerário da Lameira Larga (Penamacor, Castelo Branco), foram convidados a usar da palavra o Diretor do MNA, António Carvalho, e Carlos Fabião, da Faculdade de Letras da Universidade de Lisboa. Deste conjunto fazem parte 4 peças classificadas como “Bens de Interesse Nacional” sendo uma delas a conhecida pátera “Perseu contra Medusa”.



 

Ambos, juntamente com a Conservadora do MNA, Ana Isabel Santos, colaboram no catálogo da exposição. Carlos Fabião assina o texto “La creación de la provincia romana de Lusitania” e os elementos da equipa do MNA redigiram as fichas críticas das peças expostas. Por Portugal, integra ainda o Comité Científico e de Organização da exposição, Vasco Gil Mantas da Faculdade de Letras da Universidade de Coimbra.


11/07/2014

Hoje é Dia da Arqueologia!

Numa inciativa que ocorre desde 2011, comemora-se hoje o Dia da Arqueologia.

Esta data pretende assinalar a importância da arqueologia como ciência que nos permite conhecer melhor o passado através dos testemunhos materiais.

Por outro lado pretende-se aproximar esta ciência da sociedade. Aproveite este dia para visitar um sítio arqueológico próximo de si ou um museu de arqueologia.

No Museu Nacional de Arqueologia estamos à sua espera. E motivos para uma visita não faltam! Esperamos por si!

03/07/2014

3ª Reunião Geral EMEE

Entre 23 e 26 de junho decorreu no Museums Quartier, em Viena, a 3ª Reunião Geral do projeto internacional, “EuroVision. Museums Exhibiting Europe” (EMEE), inserido no Programa Culture, da União Europeia, e no qual a Direção-Geral do Património Cultural/Museu Nacional de Arqueologia é um dos parceiros, tendo ali sido representado pelos técnicos Mário Antas e Mafalda Ramos da DGPC/MNA.

Nesta reunião foi discutida e avaliada a execução de dois anos de projeto, procedendo-se à definição das próximas etapas do mesmo. Destaca-se a apresentação dos cinco “EMEE – toolkits”, ferramentas inovadoras e criativas através das quais se pretende, com a sua aplicação nos três museus do consórcio, uma “mudança de perspetiva”, sendo posteriormente alargada aos vários museus que entretanto se associaram ao projeto como parceiros. Recorda-se que os museus que integram o consórcio são o Museu Nacional de Arqueologia (Lisboa, Portugal), o Museu Nacional de História Contemporânea (Ljubljana, Eslovénia) e o Museu Nacional de História da Bulgária (Sófia).


Na quarta-feira, 25 junho, os participantes no projeto puderam também assistir ao evento público, subordinado ao tema “Vida e Morte - Como atrair ‘não-visitantes’”, pelo grupo de artistas – monochrom, o parceiro austríaco que organizou esta reunião.


Proposta de adesão ao projeto EMEE

No âmbito do projeto europeu EMEE – “EuroVision. Museums Exhibiting Europe”, o qual o Museu Nacional de Arqueologia integra como membro, foi formalizada a parceria de cooperação com o Centro Português de Geo-História e Pré – História (CPGP) e com a Associação Welcome People & Arts (AWPA).
Estas duas instituições irão doravante integrar o projeto EMEE como parceiros - “working group” - do MNA, no sentido de cooperar e estabelecer relações culturais, pedagógicas, científicas e de pesquisa, entre os diferentes parceiros do consórcio, integrando os vários programas e atividades relacionados com as iniciativas do museu, seminários, conferências e workshops. Esta parceria favorece ainda a troca de informação, como a permuta de publicações, documentos e diverso material didático, bem como a divulgação e disseminação das diferentes iniciativas.
Recorde-se que o projeto EMEE é constituído por um consórcio interdisciplinar, liderado pela Universidade de Augsburg, na Alemanha (cadeira de Didática da História) e composta pelos parceiros França (Université Paris-Est Créteil – UPEC), Itália (Università degli Studi Roma Tre), Portugal (Direção-Geral do Património Cultural/Museu Nacional de Arqueologia), Eslovénia (Museu Nacional de História Contemporânea), Bulgária (Museu Nacional de História da Bulgária, Sófia), Alemanha (Atelier Brückner), e Áustria (monochrom).


27/06/2014

A peça do mês comentada - Máscara Dembo (Angola) Nº E 6882

No dia 21 de Junho, no Museu Nacional de Arqueologia, no âmbito do programa “Peça do mês comentada”, foi palco de uma interessante exposição, efetuada por Manuela Cantinho Investigadora da Sociedade de Geografia de Lisboa, acerca da Máscara Dembo atualmente presente na exposição temporária “Africa Reencontrada: o ritual e o sagrado em duas coleções públicas portuguesas”.


Incluída no acervo do Museu Nacional de Arqueologia, a Máscara Dembo (Angola) Nº E 6882 foi recolhida durante uma campanha militar portuguesa em 1913, ao dembado (região controlada por um Dembo=Chefe) de Cacula Cahenda, localizado a norte de Luanda. Nesta ação militar foram apreendidos muitos objetos, que foram oferecidos ao Museu da Sociedade de Geografia de Lisboa. A ficha de inventário do MNA apenas apresenta o nome do doador (Carlos Maia Pinto) que teria transmitido a José Leite de Vasconcelos a informação ali conservada “Máscara dos Dembos, Caculo Cahenda).





Na mesa, apresentando a conferencista Manuela Cantinho, António Carvalho, acompanhado por Ana Isabel Santos co-comissárias da exposição.
Segundo a investigação de Manuela Cantinho foi possível concluir que a máscara teria integrado o espólio recolhido pelo alferes David Magno, no forte de Santo António de Cacula Cahenda, que comandou a referida campanha militar de 1913.
Segundo Manuela Cantinho, este artefacto apresenta uma série de características muito raras. Destaca-se o facto de ser dos poucos exemplares que ainda exibem pintura (em meados do século XX apenas eram referidos em testemunhos orais) e de conservar ainda um fragmento de vidro espelhado numa das aberturas para os olhos. Esta particularidade, presente em estatuetas Ncongo, é até ao momento, única em máscaras faciais.




Pelas suas especificidades é possível que fosse uma máscara de um adivinho-curandeiro (quilamba), desconhecendo-se no entanto qual o traje que completaria esta máscara bem como a sua forma de utilização/posição.




A preleção sobre este artefacto terminou em plena exposição, uma cooperação MNA/IICT, comissariada por Ana Isabel Santos e Ana Cristina Martins, onde puderam ainda ser apreciados alguns pormenores e complementada a apresentação com algumas observações, numa viva troca de ideias entre os participantes deste evento.



Apresentação de livros pelo Campo Arqueológico de Mértola

Teve lugar, no Salão Nobre do Museu Nacional de Arqueologia, no dia 21 de Junho de 2014, pelas 17h00, a apresentação dos livros "Casa Romana - Museu de Mértola", "Arrabalde Ribeirinho - Museu de Mértola", "Carta Arqueológica do Concelho de Mértola" e "Mértola nos nossos cadernos", títulos editados pelo Campo Arqueológico de Mértola.



Na abertura da sessão, António Carvalho, Diretor do Museu Nacional de Arqueologia, realçou, em breves palavras, a importância das boas relações entre as duas instituições, que recentemente tem permitido realizar no MNA várias iniciativas. O enquadramento da dinâmica editorial no projecto em curso em Mértola esteve a cargo de Cláudio Torres, Diretor do Campo Arqueológico, que fez uma súmula dos trabalhos desenvolvidos pelo CAM ao longo dos seus 36 anos de história, e de Virgílio Lopes, Susana Gomez Martinez e Nádia Torres, autores e colaboradores dos livros apresentados, e que fizeram uma apresentação sumária do conteúdo dos mesmos. 




Catálogo dos materiais romanos recolhidos nas escavações da casa romana, visitável no edifício da Câmara Municipal, “Casa Romana - Museu de Mértola” é complementado com outros materiais de época romana recolhidos em diversas escavações efetuadas na vila, oferecendo-nos uma visão alargada da presença romana em Mértola. Também o livro “Arrabalde Ribeirinho - Museu de Mértola", nos oferece uma visão das populações que habitaram esta área específica da urbe medieval.

Ainda de âmbito arqueológico, a edição da "Carta Arqueológica do Concelho de Mértola" oferece-nos em papel, num formato mais tradicional e manuseável, o levantamento arqueológico do concelho que se iniciou em 1978. O conjunto de registo existente, resultado de investigações diversas, foi alvo de sistematização em 2004, e em 2005 com trabalhos de campo, de prospeção arqueológica, com vista a resultados mais abrangentes. O resultado destes trabalhos encontra-se resumido nesta publicação, que é também uma base de trabalho para estudos futuros. A assistência interessada assistiu ainda à apresentação do livro "Mértola nos nossos cadernos", resultado de síntese de uma série de desenhos recolhidos ao longo dos tempos nesta vila.


Destacou-se a presença, na assistência, entre outros arqueólogos e investigadores, do Historiador e Professor Catedrático já Jubilado António Borges Coelho, que, recorde-se, foi um dos dinamizadores da criação do Campo Arqueológico de Mértola.



Visita da Fundação Thyssen ao MNA

Com sede em Colónia (Alemanha) e fundada a 7 de Julho de 1959, a Fundação Fritz Thyssen é uma empresa privada de organização de apoios para a promoção das Ciências, nomeadamente Ciências Sociais e Humanas, mas também Ciências da Saúde. O Conselho de Curadores e Conselho Científico da Fundação Fritz Thyssen reuniu em Lisboa no passado dia 21 de Junho.

No dia 22 visitaram vários locais de interesse na cidade de Lisboa, incluíndo o Museu Nacional de Arqueologia,  onde foram recebidos pelo Director do Museu, António Carvalho. Acompanharam ainda a visita Thomas Schattner, Carlos Fabião e Amílcar Guerra, investigadores que dirigem o projecto de investigação luso-alemão sobre o Santuário do Endovélico.

Recepção do grupo no Museu nacional de Arqueologia.

Visita à exposição "Tesouros da Arqueologia Portuguesa".


Visita à exposição "Religiões da Lusitânia".

24/06/2014

Peça do mês de Julho

O Museu Nacional de Arqueologia /MNA) possui um acervo de muitos milhares, na verdade centenas de milhares, de objectos. Provêm eles de intervenções arqueológicas programadas ou de achados fortuitos, tendo sido incorporados por iniciativa do próprio Museu ou por depósito ou por doação de investigadores e coleccionadores.
Todos os períodos cronológicos e culturais, e também todos os tipos de peças, desde a mais remota Pré-História até épocas recentes, neste caso com relevo para as peças etnográficas, estão representados no MNA. Às colecções portuguesas acrescentam-se as estrangeiras, igualmente de períodos e regiões muito diversificadas.
O MNA é ainda o museu português que possui no seu acervo a maior quantidade de peças classificadas como "tesouros nacionais".
Existe, pois, sempre motivo de descoberta nas colecções do Museu Nacional de Arqueologia e é esse o sentido da evocação que fazemos, em cada mês que passa.


PEÇA DO MÊS COMENTADA
Inscrição em honra do imperador Augusto Nº E 6329

A apresentar por José d'Encarnação, em 5 de Julho de 2014, às 15h




Bloco paralelipipédico, de granito moscovítico, com inscrição em honra do imperador Augusto. Foi descoberto por Borges de Figueiredo na Academia de Belas Artes de Lisboa; publicou-o na sua Revista Archeologica e Historica (II 1888 p. 69), com a indicação de que, «pelas informações que pude obter», fora encontrada em Alcácer do Sal. Serviu, seguramente, de lintel na entrada de um templo dedicado ao culto imperial.
A epígrafe reza o seguinte:

IMP(eratori) . CAESARI . DIVI . F(ilio) . AVGVSTO
PONTIFICI . MAXVMO . CO(n)S(uli) . XII
TRIB(unicia) . POTESTADE . XVIIII
VICANVS . BOVTI. F(ilius)
SACRVM
Ao imperador César Augusto, filho do Divino, pontífice máximo, cônsul pela 12ª vez, no 19º poder tribunício - Vicano, filho de Búcio. Consagrado.

Datada do período entre 1 de Julho do ano 5 e 30 de Junho do ano 4 a. C., a epígrafe revela como a figura do imperador foi, desde cedo, acolhida em Salacia envolta em religiosidade: seu pai, César, fora divinizado; como sumo pontífice, ele era o interlucotor privilegiado entre os deuses e o seu povo; e detinha a potestade, o poder nimbado de uma aura mística,,,
E toda essa atmosfera culmina na escolha, como remate, de um vocábulo impregnado de religiosidade: consagrado.
Por outro lado, o facto de o dedicante - porventura o notável indígena de quem partiu a iniciativa da construção - singelamente se identificar através de nomes comuns mais acentua essa fácil penetração da ideologia oficial.
No ano em que se comemora o bimilenário da morte do imperador, oportunamente se realça o valor documental desta epígrafe, nesse âmbito a mais significativa da Lusitânia romana.
José d'Encarnação

Museu Nacional de Arqueologia - Religiões da Lusitânia. Entrada Livre

23/06/2014

Contos Primevos dos Rios Sagrados, em Vila Velha de Ródão

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Vai realizar-se em Vila Velha de Ródão, no próximo mês de Julho, o 1º Encontro Nacional de Contos Indígenas, subordinado ao tema “Contos Primevos dos Rios Sagrados”.

Trata-se de uma iniciativa conjunta da Câmara Municipal de Vila Velha de Ródão (CMVVR) e do Museu Nacional de Arqueologia (MNA), contando com o apoio da Direcção-Geral do Livro, dos Arquivos e das Bibliotecas, do Centro Português de Geo-História e Pré-História e da Associação de Estudos do Alto Tejo.

A rede de Clubes de Arqueologia do MNA participa activamente através da recolha ou criação de contos, que serão apresentados em Ródão. 

A estes somam-se as recolhas de contos tradicionais portugueses que versam o tema da água, os quais serão estudados e seleccionados para apresentação por parte de contadores especialmente convidados para o efeito.

Dia 12 de Julho, noite de Lua Cheia, terá lugar ao ar livre, junto ao Rio Tejo, uma sessão nocturna de conto de histórias. Todos os participantes, assim como a população em geral, serão convidados a deambular entre o cais do Porto do Tejo e a Capela da Senhora da Alagada, passando pelo sítio paleolítico da Foz do Enxarrique, com paragens mágicas lá onde o apelo da terra fizer brotar a imaginação.No dia 13 de manhã será descerrada a placa toponímica que atribui o nome da “Geração do Tejo” ao largo do cais de embarque no Tejo, sendo também apresentado publicamente o protocolo que reúne o MNA, a CMVVR, a FLUL e a UNIARQ na criação de uma “Escola Internacional de Arqueologia” no sítio da Foz do Enxarrique.