15/04/2017

Lembrando a Páscoa

Lembrando a Páscoa, época a que se associa a ideia de Renascer, recordamos que os óvulos eram frequentemente usados, simbolizando o nascimento, a fecundidade ou a força genésica primordial.
Por isso, na Antiga Roma, eram oferecidos a Ceres - a principal divindade que protegia a Natureza e a Agricultura e que ensinou aos homens a arte de cultivar a terra, de semear e de fazer a colheita dos cereais - por esta altura do ano, ovos, em agradecimento pela germinação dos cereais.

Os ovos simbolizavam assim a própria Vida, a Eternidade ou a Ressurreição, acabando por pertencer a um dos mais comuns motivos decorativos quer de bens de utilidade doméstica quer de elementos arquitectónicos, a exemplo de frisos; capitéis e cerâmicas.

Também os coelhos e lebres, representadas neste fragmento de Terra Sigillata, são a continuidade da ideia de regeneração da vida sob todas suas formas, sendo referidos por Plínio da seguinte forma: 
« ... Ao género das lebres pertencem também os animais a que na Hispania se chamam «cunuculi», de fecundidade inesgotável (...) Plínio, N.H., VIII, 217

Na fotografia: «bordo de taça de Terra Sigillata Sudgálica, tipo Dragendorff forma 37.




Apresenta uma linha de óvulos com lingueta. Em baixo segue-se uma linha ondulada, sob a qual se apresenta uma decoração difícil de determinar formada por motivos de árvores que alternam com figuras de animais: cabeça e membros superiores de uma lebre que salta para a direita e parte da juba, dorso e cauda de um leão que segue na mesma direcção. No topo das árvores encontram-se pequenas aves. (descrição a partir de C. Veigas, 2006)».

Proveniência:Torre d'Ares

Sem comentários: