Após as notícias da tomada da cidade de Palmira, Cidade Antiga, Património Cultural da Humanidade, e da destruição do seu património pelo autoproclamado Estado Islâmico, é com tristeza que recebemos a trágica notícia. O anúncio da morte do conhecido arqueólogo sírio, Dr. Khaled al-Asaad.
Há, no entanto, que destacar a força e o empenho com que profissionais e nomes tão importantes da Arqueologia, que deram a conhecer tais "tesouros", lutam contra quem pretende destruir a memória cultural e arqueológica da Humanidade.
Relembramos que, em junho, após a destruição perpetrada na Síria, o MNA colaborou na realização de uma sessão de informação e debate, subordinada ao tema "Património Cultural, memória da humanidade", promovida pela Associação dos Arqueólogos Portugueses, em parceria com outras associações portuguesas e internacionais na área do património e museus, bem como Embaixadas, num esforço de mobilizar a opinião pública para a importância da salvaguarda do património cultural, porque como bem adverte a UNESCO ao questionar-nos a todos pela razão porque nos preocupamos com tais bens: "Perdem-se vidas humanas, famílias tornam-se refugiadas, crianças são mutiladas… porque ter cuidado então com os monumentos? Porque algum dia os conflitos terminarão, algum dia as pessoas regressarão às suas casas, algum dia novas vidas serão reconstruídas… e o património cultural será então a sua identidade".
E como então referiu, perentoriamente, o Dr. Jorge Sampaio (antigo Presidente da República Portuguesa (1995-2005) e Alto Representante da ONU para o diálogo entre as Civilizações (2007-2013) na mensagem que enviou então aos Congressistas reunidos no MNA: “Tenho visto estalar, aqui e acolá, uma falsa controvérsia que pretende opor à defesa das pedras a proteção dos homens, como se tratasse de uma opção. Mas esta é para mim uma falácia que só acrescenta, digamos, barulho e nos distrai do essencial." E, antecipando-nos uma realidade hoje já visível para todos, afirmou"E o essencial é, do meu ponto de vista, o facto de estarmos a assistir ao desenrolar da maior tragédia humanitária desde a segunda Guerra Mundial, perante a passividade da comunidade internacional numa aparente ausência de esforços sérios para encontrarmos uma solução política para um conflito que se agrava, reproduz e amplifica a olhos vistos.”
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