08/03/2017

Peça do mês de março

O Museu Nacional de Arqueologia (MNA) possui um acervo de várias centenas de milhares de bens culturais. Provêm eles de intervenções arqueológicas programadas ou de achados fortuitos, mas também de aquisições. As peças foram incorporadas por iniciativa do próprio Museu ou por depósito e doação de investigadores e colecionadores. Às coleções portuguesas acrescentam-se ainda as estrangeiras, igualmente de períodos e regiões muito diversificadas. Todos os períodos cronológicos e culturais, desde a mais remota Pré-História até épocas recentes, relevando-se, neste caso, as peças etnográficas, estão representados no MNA. O MNA é ainda o museu português que possui no seu acervo a maior quantidade de bens culturais classificados como “tesouros nacionais”. Existe, pois, motivo constante para a redescoberta das coleções do Museu Nacional de Arqueologia e é esse o sentido da evocação que fazemos, em cada mês que passa, em diálogo com o diferente tipo de atividades que o mesmo desenvolve.

Peça do mês de março
ÂNFORA PANATENAICA, MNA 999.1.1
Apresentado por Ana Margarida Arruda
Sábado, dia 11 de março, às 15h30


 © DGPC. MNA. Arquivo de Documentação Fotográfica/José Pessoa. 


A ânfora Panatenaica do Museu Nacional de Arqueologia, estudada por Maria Helena da Rocha Pereira nos anos 60 do século passado, é o único espécime deste tipo de vaso grego em Portugal. É de produção ateniense, data do século VI a.n.e. e está decorada com Figuras Negras. 
Na Face A é visível a figura da Deusa, com escudo, lança e capacete, ladeada por duas colunas da ordem dórica. A face B está decorada com uma cena de pugilato, estando os dois atletas a ser observados por um árbitro, à esquerda, e por um outro atleta, à direita.
Não corresponde a uma ânfora Panatenaica propriamente dita, artefactos destinados a premiar os vencedores dos jogos em honra da deusa Atena, mas sim a uma edição não oficial, ou seja, não foi atribuída a nenhum atleta. Produzidas nas mesmas oficinas e na mesma época que as ânforas panatenaicas, estas peças, de menor dimensão, não se podem considerar falsificações, uma vez que não pretendem copiar os modelos originais, distinguindo-se facilmente destes. Desconhece-se ainda os motivos que conduziram à produção, em larga escala, destas pequenas imitações.



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