19/01/2017

Por terras de Trebaruna

No dia 26 de janeiro, ouviremos falar, no Museu Nacional de Arqueologia, de divindades indígenas da Beira, de Trebaruna, e tantas outras mais, bem como de percursos arqueológicos e de sabores de tão rica região.

Até lá conheça algum do acervo do Museu Nacional de Arqueologia proveniente da Beira Interior, neste caso, visitando a exposição «Religiões da Lusitânia».




«Jarro nervurado de vidro, tipo Isings 58, de bordo esvasado e sublinhado por um cordão de vidro aplicado. A asa apresenta dois arranques repuxados; pança ovalada, soprada em molde, decorada com onze nervuras verticais; fio de vidro enrolado sobre o ombro; pé de bolacha com marca do pontil; vidro ligeiramente tingido de verde sombrio. Este exemplar provém de contexto funerário. (Segundo ficha de Catálogo da Exposição "Religiões da Lusitânia", da autoria de J.Nolen)».

A importação de vidro foi escassa em toda a Península Ibérica até à Pacificação augustana. Contudo, a partir das primeiras décadas do Império, a Lusitânia passou a familiarizar-se com todos os tipos fabricados em Roma e, em meados do século I, entraram no quotodiano das populações com a generalização da técnica do sopro livre , que viabibilizou os custos mais económicos, ao contrário do que acontecia com os vidros-mosaico e os vidros vasados ou prensados em molde que exigiam muita mão-de-obra para acabamentos, e a onde a variedade de cores imitando pedras semi-preciosas, necessitava de matéria-prima cara e de um grande domínio técnico.

Às facilidades decorrentes do sopro livre, vieram juntar-se as vantagens económicas do vidro sódico transparente e incolor que Plínio afirma estar, à data em que escrevia a sua História Natural, a praticar-se não só em Itália mas também nas províncias da Gália e da Hispânia.

Os vidros totalmente incolores – preferidos a partir dos finais do século I – tinham uma transparência que se prestava melhor que todas as experiências exteriores a valorizar a lapidação, a gravação e a aplicação de fios em relevo, técnicas que os vidreiros de Alexandria e Colónia desenvolveram ao mais alto nível técnico e artístico.
Ver: Adília Alarcão, in «O Vidro em Portugal», coord. Filomena Barata e Paulo Ramos, APAI, 1989.

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