11/11/2016

Peça do mês de novembro



O Museu Nacional de Arqueologia (MNA) possui um acervo de muitos milhares, na verdade centenas de milhares, de objetos. Provêm eles de intervenções arqueológicas programadas ou de achados fortuitos, mas também de aquisições, tendo sido incorporados por iniciativa do próprio Museu ou por depósito ou por doação de investigadores e colecionadores.

Todos os períodos cronológicos e culturais, e também todos os tipos de peças, desde a mais remota Pré-História até épocas recentes, neste caso com relevo para as peças etnográficas, estão representados no MNA. Às coleções portuguesas acrescentam-se as estrangeiras, igualmente de períodos e regiões muito diversificadas.

O MNA é ainda o museu português que possui no seu acervo a maior quantidade de bens culturais classificados como “tesouros nacionais”.

Existe, pois, sempre motivo de descoberta nas coleções do Museu Nacional de Arqueologia e é esse o sentido da evocação que fazemos, em cada mês que passa.



PEÇA DO MÊS COMENTADA
Ara de Galla e as sepulturas de Tróia
19 de novembro de fevereiro de  2016, às 15h:30
A apresentar por Filomena Barata



Este imponente monumento funerário e a sua inscrição foram dados a conhecer em 1895 por José Leite de Vasconcelos, no primeiro volume de O Arqueólogo Português, e em 1929 o monumento e o seu espólio foram descritos pelo mesmo autor com maior detalhe, no volume XXVIII do mesmo periódico.

No interior da caixa tumular, de 120 cm de comprimento por 45 cm de largura, recolheu-se o seguinte espólio: conjunto de ossos queimados e de outros só fragmentados, revelando uma incineração incompleta. Um poculum de barro com duas asas, duas lucernas, três unguentários de vidro, muito danificados e deformados pelo calor sofrido durante a cremação; seis agulhas de osso; um fusus de osso; duas hastes em osso, afiladas dos dois lados, e utilizadas para trabalhos de bordado; duas lígulas em osso; uma pequena faca de osso; três acus crinalium em osso e dois em bronze; vários elementos metálicos de um cofre (ferrolho, dobradiça, chapa ornamental); uma concha possivelmente tratando-se de um amuleto, entre outros objectos do espólio funerário.

Guiados por Inês Vaz Pinto, investigadora que tem vindo a coordenar os últimos trabalhos realizados em Tróia, e da restante equipa constituída por Ana Patrícia Magalhães, Patrícia Santiago Brum, Filipa Araújo Santo, ouviremos falar, no MNA, em «Diálogo com as Religiões da Lusitânia», dos vestígios da cidade romana de Tróia e, mais especificamente, das tipologias de enterramento ali encontradas.

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